Na noite desta terça-feira, o Grêmio deu mais uma amostra do caos técnico e institucional que vive em 2025. Em campo, um empate com o CSA, equipe da Série C, selou a precoce eliminação do Tricolor na terceira fase da Copa do Brasil. O resultado, embora decepcionante, foi apenas o reflexo de um time apático, sem identidade e sem alma.
Com uma folha salarial na casa dos R$ 18 milhões mensais, o Grêmio foi incapaz de superar um adversário muito mais modesto em estrutura e investimento. A Arena, teve pouco mais de 13 mil torcedores — um protesto silencioso e contundente da torcida, que parece ter esgotado a paciência.
Em meio à inércia, apenas Walter Kannemann parece ainda carregar algum espírito de luta. O zagueiro argentino, raçudo e combativo, tenta empurrar o time na base da vontade, mas é um esforço solitário em meio a um grupo desorganizado e sem direção.
Mais uma vez, a arbitragem virou pauta. Um gol legítimo do Grêmio foi anulado de forma equivocada, o que gerou revolta. Mas é hora da direção deixar de lado as muletas da arbitragem e olhar com urgência para os próprios erros — que são muitos.
A parada de junho será decisiva. Reforços precisam chegar, e não podem ser apostas: é preciso qualidade, liderança e resultado imediato. Porque a temporada, até aqui, aponta para o fundo do poço. O Grêmio está na zona de rebaixamento do Brasileirão e disputará a repescagem da Sul-Americana após uma campanha pífia em um grupo fraco.
O jogo contra o CSA não foi apenas mais um vexame. Foi o espelho de um clube perdido, de um elenco desconectado e de uma direção que parece não saber onde está — muito menos para onde vai.
Foto: Lance de Grêmio x CSA, pela Copa do Brasil • MAXI FRANZOI/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO